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Jesus Chorou

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O versículo mais curto da Bíblia contém apenas duas palavras: “Jesus chorou” (João 10:35). No entanto, há muito a aprender com esta breve declaração. O contexto descreve a reação de Jesus à morte de Lázaro, que era um amigo pessoal. Jesus ressuscitaria Lázaro dos mortos, mas uma cena emocionante precedeu esse evento.

Quando Maria chegou ao lugar onde Jesus estava, viu-o e prostrou-se aos seus pés, dizendo: Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, pois, vendo-a chorar, e chorando também os judeus que com ela vinham, comoveu-se profundamente em espírito e perturbou-se, e perguntou: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem e vê. Jesus chorou” (João 11:32-35).

O que podemos aprender com esta passagem? Consideremos alguns pontos.

Jesus Chorou

Jesus Demonstrou Emoção

As emoções fazem parte do ser humano. Nós as temos porque fomos criados “à imagem de Deus” (Gênesis 1:27). Jesus também demonstrou emoções em outras ocasiões, incluindo compaixão (Mateus 20:34) e ira (João 2:13-16). Deus também demonstra emoções (Hebreus 3:7-11), então não é surpreendente que Jesus fizesse o mesmo enquanto esteve aqui na Terra.

No entanto, precisamos aprender a controlar nossas emoções. Pedro alertou sobre a necessidade de sermos “sóbrios de espírito” por causa da ameaça representada pelo diabo (1 Pedro 5:8). Ser sóbrio significa não nos deixarmos controlar por nossas emoções, mesmo quando as demonstramos. Como é ser controlado por nossas emoções?

  • A tristeza pode se transformar em tristeza excessiva . Paulo alertou os irmãos em Corinto que isso poderia levar um irmão arrependido de volta ao mundo: “Basta ao tal o castigo que foi imposto pela maioria; pelo contrário, vocês devem antes perdoar e confortá-lo, para que ele não seja dominado por excessiva tristeza. Por isso, rogo-lhes que confirmem o amor que têm por ele” (2 Coríntios 2:6-8). Sentir-se culpado pelo pecado pode levar alguém a se voltar para Deus, mas a tristeza descontrolada pode levá-lo a desistir de tentar servir ao Senhor.
  • Excesso de alegria pode levar alguém a se esquecer de Deus. É por isso que o sábio disse que a tristeza é melhor do que o riso: “É melhor ir à casa onde há luto do que à casa onde há festa, porque naquela está o fim de todo homem, e os vivos o levam a sério. A tristeza é melhor do que o riso, pois o coração pode alegrar-se no rosto triste” (Eclesiastes 7:2-3). Não há nada de errado em regozijar-se nas bênçãos que Deus nos deu nesta vida. No entanto, a busca incessante por prazer pode nos fazer esquecer a seriedade da nossa responsabilidade de servir ao Senhor.
  • A ira pode nos levar a fazer coisas que não deveríamos. Podemos ficar com raiva às vezes, mas não devemos permitir que ela nos leve ao pecado. Paulo escreveu: “Irai-vos, mas não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios 4:26). Embora a ira possa ser uma resposta apropriada a certas situações, não é uma emoção que devemos manter indefinidamente.

Jesus demonstrou emoção, mas não foi controlado por elas. Ele chorou ao chegar ao túmulo de Lázaro, mas mesmo assim fez imediatamente o que veio fazer. Da mesma forma, também é apropriado que demonstremos emoções. No entanto, devemos mantê-las sob controle para que não nos impeçam de servir ao Senhor.

Deus Permite o Sofrimento Humano

Jesus recebeu a notícia sobre Lázaro: “Senhor, eis que aquele a quem amas está doente” (João 11:3). Quando a mensagem foi enviada, Lázaro ainda estava vivo. E Jesus não apenas amava Lázaro (João 11:3), mas também “amava Marta e sua irmã” (João 11:5), as irmãs de Lázaro. Portanto, quando Jesus demorou “mais dois dias” após receber a notícia (João 11:6), não foi por falta de preocupação com Lázaro ou suas irmãs. Mesmo assim, Ele esperou dois dias.

Jesus tinha o poder de curar Lázaro e pôr fim ao seu sofrimento, mesmo sem estar fisicamente presente. Ele havia curado outros (João 5:5-9; 9:6-7), incluindo o filho de um oficial real em Cafarnaum, enquanto estava em Caná (João 4:46-50). No entanto, em vez de curar Lázaro, Jesus iria ressuscitá-lo dos mortos (João 11:43-44). Havia um propósito específico para lidar com a situação de Lázaro dessa maneira, o que ficaria claro mais tarde.

O sofrimento humano existe em todo o mundo e é vivenciado por pessoas de todas as nações e gerações. O sofrimento de Lázaro antes de sua morte foi apenas um exemplo disso. Por que o sofrimento existe?

Sofremos nesta vida como consequência do pecado. Quando Adão e Eva pecaram no princípio, foram expulsos do Jardim do Éden (Gênesis 3:22-24). Isso significava que começariam a enfrentar dificuldades, doenças e, eventualmente, a morte, por não terem mais acesso à árvore da vida. No entanto, o sofrimento que vivenciamos na vida não é uma punição pelo pecado. Observe a discussão entre Jesus e seus discípulos sobre um homem que era cego de nascença:

Ao passar, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram: Rabi, quem pecou, ​​este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele nem seus pais pecaram, mas foi para que se manifestassem nele as obras de Deus (João 9:1-3).

Alguns acreditavam que esse homem devia ter pecado por ter sofrido esse destino. Outros acreditavam que seus pais deviam ter pecado para que ele nascesse assim. Jesus disse que nenhum dos dois era o caso. O sofrimento existe como consequência de viver em um mundo decaído; não significa necessariamente que o sofredor tenha feito algo errado para causar isso sobre si. Na verdade, o sofrimento pode ser uma maneira de levar as pessoas a Deus. No caso desse homem, Jesus disse que isso aconteceria de forma milagrosa quando Jesus o curasse (João 9:6-7).

Isso significa que não devemos agir como se Deus fosse obrigado a responder ao nosso sofrimento (ou ao sofrimento dos outros) de alguma maneira específica. Jesus curou algumas pessoas durante seu ministério terreno, mas não todas. Ele ressuscitou Lázaro dos mortos, mas não ressuscitou todos os que morreram enquanto viveu na Terra.

Deus permite o sofrimento humano, mas não porque Ele seja indiferente. Pedro disse que devemos “[lançar] sobre ele toda a [nossa] ansiedade, porque ele tem cuidado de nós” (1 Pedro 4:6). Não é porque ele não esteja interessado em nossos problemas. Paulo explicou que não devemos “andar ansiosos por coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4:6). Não é porque Ele seja incapaz de responder ao nosso sofrimento. “Nada é impossível para Deus” (Lucas 1:37). E, como já observamos, não é porque o sofrimento seja algum castigo pelo pecado (João 9:1-3).

Por Que Jesus Permitiu Que Lázaro Sofresse e Morresse?

Às vezes, as pessoas criam especulações fantasiosas sobre por que Deus permite que certas coisas aconteçam hoje. No entanto, só podemos saber o que Deus escolheu nos revelar. Paulo explicou: “Pois quem conhece os pensamentos do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém conhece os pensamentos de Deus, senão o Espírito de Deus” (1 Coríntios 2:11). No entanto, no caso de Lázaro, sabemos a razão pela qual Jesus permitiu que ele permanecesse doente e depois falecesse antes de ir até ele. Depois de ouvir as notícias sobre Lázaro, Jesus disse aos seus discípulos: “Esta enfermidade não é para a morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (João 11:4).

Jesus provaria ser "a ressurreição e a vida" (João 11:25). Ele disse a Marta que seu irmão ressuscitaria (João 11:23-26), e que isso aconteceria pelo Seu poder.

Entretanto, Jesus precisava convencer aqueles que O acompanharam ao túmulo de que Ele era “a ressurreição e a vida”. Depois que a pedra foi removida do túmulo, seguindo as instruções de Jesus, Ele orou ao Pai:

Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves; mas por causa da multidão que está ao redor, eu disse isso, para que creiam que tu me enviaste” (João 11:41-42).

Jesus era "um" com o Pai (João 10:30). Ao ressuscitar Lázaro após clamar ao Pai, Jesus provou que era o Filho de Deus e tinha o poder de ressuscitar pessoas.

No entanto, isso não foi apenas para o benefício dos presentes. Ele também se manifestou a todos que ouviram falar dele ressuscitando Lázaro. Observe o que aconteceu após este evento:

Mas alguns deles foram ter com os fariseus e lhes contaram o que Jesus tinha feito. Então, os principais sacerdotes e os fariseus convocaram um conselho e perguntaram: Que estamos fazendo? Pois este homem está realizando muitos sinais. Se o deixarmos continuar assim, todos crerão nele, e os romanos virão e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação” (João 11:46-48).

Nem mesmo os inimigos de Jesus puderam negar o que aconteceu. O testemunho ocular é especialmente importante para nós, visto que não estávamos lá no primeiro século. Depois que Jesus ressuscitou dos mortos, Tomé duvidou do relato dos outros apóstolos de que eles tinham visto o Senhor. Depois que Jesus lhe apareceu e Tomé o declarou “meu Senhor e meu Deus”, Jesus disse: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:28-29). João então acrescentou: “Por isso, Jesus realizou também muitos outros sinais diante dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro; mas estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20:30-31). O sofrimento, a morte e a ressurreição de Lázaro — assim como o sofrimento, a morte e a ressurreição do próprio Jesus — provam que Jesus tem poder sobre a morte e pode nos dar esperança além desta vida.

Conclusão

Jesus chorou”. Ele tinha compaixão pelos outros e se compadecia deles. Ao mesmo tempo, Ele tem o poder de acabar com todo sofrimento e morte. No entanto, Ele não fará isso nesta vida. Em vez disso, Ele o fará na próxima vida. Como João escreveu: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; as primeiras coisas são passadas” (Apocalipse 21:4).

Jesus é “a ressurreição e a vida” (João 11:25). Não importa o sofrimento que suportemos nesta vida, temos esperança nEle se nos submetermos fielmente a Ele. Paulo escreveu: “Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? De modo que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos mediante a glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Romanos 6:3-5). Assim como Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos, temos esperança de vida eterna se formos batizados e entregarmos nossas vidas a Ele.

Aldenir Araújo
Aldenir Araújo Servo do Deus altíssimo, pastor, escritor, web designer, produtor digital, autor do site "O Pregador" e vários outros projetos na internet. Ama compartilhar experiências e ajudar pessoas a desenvolver o verdadeiro potencial.

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